A Aproximação Facial da Múmia “Golden Boy” - Uma Abordagem Independente, Didática e Transparente

Cicero Moraes
3D Designer, Arc-Team Brazil, Sinop-MT, Brasil - Bacharel em Marketing, Dr. h. c. FATELL/FUNCAR (Brasil) e CEGECIS (México) - Membro da Mensa Brasil e da Intertel - Revisor convidado: Elsevier, Springer Nature, PLoS e LWW - Guinness World Records 2022: First 3D-printed tortoise shell.
Data da publicação: 12 de novembro de 2024
ISSN: 2764-9466 (Vol. 6, nº 1, 2025)

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Este material utiliza a seguinte licença Creative Commons: Atribuição 4.0 Internacional (CC-BY 4.0).

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Caso encontre algum erro no texto, sinta-se à vontade para informá-lo ao autor, o contato pode ser feito via redes sociais acadêmicas informadas no início do capítulo.

Introdução

A múmia conhecida como “Golden Boy”, trata-se dos restos mortais de um jovem de aproximadamente 14 anos, que teria vivido no período ptolomaico (c.332-30 a.C.) em Edfu, Egito. No ano de 2022 o seu corpo foi tomografado e os resultados da pesquisa compartilhados através de uma publicação acadêmica em 2023 [E_Saleem_et_al_2023]. Os pesquisadores fizeram a identificação do sexo pela presença da genitália, também identificaram 49 amuletos dentro da múmia e entre os envoltórios, além da presença de sadálias nos pés. As características da máscara indicariam um status social elevado e os pesquissadores não acharam evidências de má nutrição ou doença, na múmia que foi classificada como completa e bem preservada [E_Saleem_et_al_2023].

As características da licença Creative Commons (CC-BY), utilizada pelos autores do estudo, instigou a criação desde capítulo, abordando como poderia ser a face do Golden Boy, e que por sua vez também é licenciado sob CC-BY.

Aviso

O presente trabalho é independente, sem vínculo com a instituição que guarda os restos mortais da múmia nomeada “Golden Boy”, tampouco com as universidades e instituições que os estudaram. O elemento motivador do capítulo é a criação de material didático para o ensino da técnica de aproximação facial, ao testar a possibilidade de se reconstruir uma face utilizando dados originalmente disponíveis em matérias de jornais, mídias online, livros e journals acadêmicos. Recomenda-se fortemente a leitura do estudo original de Saleem et al. (2023), intitulado “Scanning and three-dimensional-printing using computed tomography of the “Golden Boy” mummy[E_Saleem_et_al_2023].

A Aproximação Facial Forense

A reconstrução facial forense (RFF) ou aproximação facial forense (AFF) [E_Stephan_2015], é uma técnica auxiliar de reconhecimento que reconstrói/aproxima a face de uma pessoa a partir do seu crânio e é utilizada quando há escassa informação para a identificação de um indivíduo [E_Pereira_et_al_2017]. Nota-se que a técnica não se trata de identificação, como aquelas oferecidas por DNA ou análise comparativa de arcos dentários, mas sim de reconhecimento que pode levar à posterior identificação [E_Baldasso_et_al_2020].

Todo o trabalho disponível neste capítulo foi efetuado utilizando software livre e gratuito, majoritamente no ambiente do Blender 3D, através do addon OrtogOnBlender [E_Moraes_et_al_2020], que por sua vez conta com um submódulo específico para AFF, intitulado ForensicOnBlender.

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Fig. 60 Projeções bidimensionais alinhadas aos eixos.

O trabalho de [E_Saleem_et_al_2023] oferece uma série de informações como imagens e medições que permitiram o cruzamento de dados para o traçado de parte do crânio de modo frontal e lateral (Fig. 60). Para a aproximação facial não é necessário um detalhamento muito grande do crânio, uma vez que as projeções são efetuadas a partir de poucas partes deste, o que será abordado na sequência. A escala do crânio é ajustada ao tamanho real graças à informação das medidas efetuadas na múmia, ao se cruzar os dados como se se fizesse uma conta com incógnitas, é possível então saber qual a dimensão esperada.

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Fig. 61 Crânio de um doador virtual ajustado à projeção.

O crânio de um doador virtual, de idade parecida, ou seja, por volta dos 14 anos, é importado e deformado/ajustado até se adequar à estrutura projetada. O trabalho, no entanto, não se limita a isso, pois alguns pontos anatômicos são distribuídos ao longo do crânio para que sejam feitas projeções esperadas para a estrutura óssea e tecido mole. Essas projeções, baseadas em mensurações efetuadas em tomografias de indivíduos vivos [E_Moraes_and_Suharschi_2022], permitem atestar que o crânio se encaixa nos parâmetros de proporção esperados para o limite inferior do nariz, dos incisivos superiores e do mento; além disso também informa qual deve ser a posição dos globos oculares e os limites das asas nasais (horizontais e verticais), dos olhos (horizontais, dos lábios (horizontais) e das orelhas (verticais) (Fig. 61).

Para uma compreensão prática do funcionamento da solução, duas videoaulas sobre projeções estruturais estão disponíveis de modo online em: aula 1, aula 2.

Ao longo do trabalho outras videoaulas serão compartilhadas, denotando transparência em relação a metodologia utilizada, pois permite ao leitor replicar a abordagem.

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Fig. 62 Projeção do perfil.

A etapa seguinte consistem em posicionar marcadores de espessura de tecido mole, colhidos em indivíduos com a faixa etária semelhante a do Golden Boy [E_Wilkinson_2004]. A projeção nasal é efetuada a partir de uma metodologia complementar, que utiliza dados de tomografias computadorizadas de indivíduos vivos [E_Moraes_et_al_2021] [E_Moraes_and_Suharschi_2022]. Graças ao cruzamento destes dados é possível traçar o perfil da face (Fig. 62).

Uma video aula sobre a técnica de projeção nasal pode ser acessada de modo online.

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Fig. 63 Adição do modelo advindo da deformação anatômica.

Apesar da projeção de perfil fornecer alguns dados para a aproximação, a coerência anatômica desta visão pode ser melhorada, além disso, os marcadores de espessura de tecido mole não cobrem toda a superfície do crânio, então, complementar os parâmetros volumétricos com a deformação anatômica [E_Quatrehomme_et_al_1997] aumenta a coerência estrutural da face. A técnica de deformação anatômica consiste em importar uma tomografia computadorizada da cabeça de um doador virtual, o que pode ser feito no próprio OrtogOnBlender [E_Moraes_et_al_2021b], cujos fatores reconstruam o tecido mole e o crânio separados. O tecido mole é então ocultado durante o processo que consiste em deformar a estrutura até que o crânio do doador se converta no crânio a ser aproximado, no caso o do Golden Boy, a deformação se refletirá no tecido mole resulando em uma face compatível com a que o jovem teria em vida, complementando os dados estruturais gerais (Fig. 63).

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Fig. 64 Visualização frontal da face básica final.

O busto básico final é resultante da interpolação dos dados de todas as projeções, como os marcadores de espessura de tecido mole, a deformação anatômica e as projeções efetuadas a partir dos pontos anatômicos do crânio (Fig. 64).

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Fig. 65 Configuração dos pelos e cabelos faciais.

Os pelos e cabelos são configurados, bem como a iluminação e posicionamento das câmeras para a geração das imagens (Fig. 65).

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Fig. 66 Renderização bruta à direita e o ajuste por IA à esquerda.

As renderizações finais das imagens passaram por um processo de aguçamento de detalhes com o uso da inteligência artificial (IA) baseada em um treinamento com milhares de imagens de faces humanas (https://github.com/AUTOMATIC1111/stable-diffusion-webui).

Foram tomados cuidados para que o ajuste não alterasse a estrutura da renderização bruta e alguns ajustes manuais foram necessários utilizando o software de edição de imagens The Gimp (https://www.gimp.org).

A tonalidade da pele foi baseada em uma junção de dados de retratos presentes em múmias ptolemaicas, de informações advindas de arte egipcia antiga e de dados populacionais discutidos em outros artigos como em [E_Moraes_and_Habicht_2024], cuja leitura é fortemente recomendada.

Resultados

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Fig. 67 Face objetiva frontal.

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Fig. 68 Face objetiva 3/4.

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Fig. 69 Face artística frontal.

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Fig. 70 Face artística 3/4.

Foram geradas quatro imagens finais:

  • Duas com elementos mais objetivos, de olhos fechados e em escala de cinza, pois não se sabe qual seria a cor da pele e o formato dos olhos (Fig. 67, Fig. 68);

  • Duas com elementos artísticos e especulativos como a cor da pele, o formato dos olhos, cabelos e pelos faciais (Fig. 69, Fig. 70).

Discussão

Sobre as Imagens e dados de Referência

Este estudo utilizou como base um artigo publicado na Frontiers in Medicine, neste caso o intitulado “Scanning and three-dimensional-printing using computed tomography of the “Golden Boy” mummy” que está sob licença Creative Commons (CC BY) e que permite o uso do conteúdo desde que se informe a fonte original e os autores, o que é feito neste estudo. As diretrizes aos autores do journal informa que todas as figuras, tabelas e imagens serão publicadas sob CC-BY, o autor não apenas informou a fonte, como evitou utilizar as imagens presentes no artigo diretamente em seu estudo, fomentando o acesso ao material original como forma de gratidão e respeito. As imagens resultantes do processo de aproximação também são distribuídas sob a licença CC, fechando o ciclo produtivo acadêmico e didático, permitindo que todos tenham acesso livre aos resultados.

Efetividade e Limitações da Técnica

É importante deixar clara a situação de que a face, primeiro, trata-se de uma aproximação, ou seja, está suscetível a erros de projeção, como qualquer método baseado em dados estatísticos. No entanto, a técnica costuma resultar em faces coerentes com aquela do indivíduo em vida, o trabalho de [E_Baldasso_et_al_2020], trata-se de um relato de caso onde a aproximação facial foi utlizadada para o inicial reconhecimento e posterior identificação de uma vítima de crime, e teve o autor (deste estudo) como um dos que compuseram tal materal (o relato de caso). O acontecimento, inclusive repercutiu na mídia regional [E_Dalcin_et_al_2020] e foi apresentado no site do Instituto Geral de Perícia (IGP/RS) [E_IGP_2020], demonstrando o uso efetivo das ferramentas. A parceria do uso de ferramentas digitais para a análise de crimes não se resume apenas a aproximação facial e ao ano de 2020, a parceria entre o autor e a instituição policial remonta o ano de 2015, quando auxiliou o grupo forense fornecendo treinamento para o uso de técnicas de modelagem e digitalização 3D para a composição de potenciais cenários e exclusão de possibilidades em um acontecimento de interesse nacional [E_Irion_2015] [E_G1_RS_2015]. Tais fatos demonstram claramente que as técnicas apresentadas aqui são robustas e já foram utilizadas no mundo real com grande sucesso técnico, na busca pela justiça.

Atenção

Além da AFF o OrtogOnBlender é utilizado para o planejamento de cirurgia ortognática [E_Cunha_et_al_2020] [E_Lobo_et_al_2022], rinoplastia [E_Sobral_et_al_2021], fraturas mandibulares [E_Facanha_et_al_2021], expansores mandibulares de bebês [E_Duarte_et_al_2023], documentação urológica [E_Nascimento_et_al_2023], próteses veterinárias [E_Taub_2024], próteses faciais [E_Salazar_et_al_2022] e outros, por usuários de 30 países, contemplando 4 continentes.

Conclusão

O presente estudo foi bem sucedido ao utilizar dados publicados em artigo acadêmico sob licença Creative Commons para aproximar a face da um indivíduo.

Em relação a múmia Golden Boy, que é ilustrada neste estudo, segundo as palavras de [E_Saleem_et_al_2023] um dos objetivos do projeto que envolvia a publicação do artigo era que isso poderia ajudar a documentar e promover a sua exibição pública, ou seja, o presente trabalho coopera com essa visão e, por ser uma abordagem não-oficial e independente, pode instigar uma futura aproximação por parte da equipe que oficialmente trabalhou nos restos mortais, mantendo o projeto em evidência junto ao grande público e fomentando o interesse relacionado ao Antigo Egito.

Agradecimentos

Ao Dr. Richard Gravalos, por ceder a tomografia computadorizada utilizada neste estudo.

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