A Aproximação Facial Forense de Jebel Irhoud (~315.000 AP)

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Cicero Moraes
3D Designer, Arc-Team Brazil, Sinop-MT, Brasil - Bacharel em Marketing, Dr. h. c. FATELL/FUNCAR (Brasil) e CEGECIS (México) - Membro da Mensa Brasil e da Intertel - Revisor convidado: Elsevier, Springer Nature e PLoS - Guinness World Records 2022: First 3D-printed tortoise shell.
Data da publicação: 16 de junho de 2024
ISSN: 2764-9466 (Vol. 5, nº 2, 2024)

Atenção

Este material utiliza a seguinte licença Creative Commons: Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional (CC-BY-SA 4.0).

Aviso

O presente trabalho é independente, sem vínculo com a instituição que guarda os fósseis de Jebel Irhoud, tampouco com as universidades e instituições que estudaram-no. O elemento motivador do capítulo é a criação de material didático para o ensino da técnica de aproximação facial, ao testar a possibilidade de se reconstruir uma face utilizando dados originalmente disponíveis em matérias de jornais, mídias online, livros e journals acadêmicos.

Introdução

Contexto Geral das Descobertas

No início da década de 1960, durante o processo de extração mineral em Jebel Irhoud (Marrocos), um trabalhador acabou por descobrir, de modo acidental, um crânio com características humanas. Após uma análise inicial, indicou-se que seria o fóssil de uma forma africana de neandertal, cuja datação estipulava ~40.000 anos antes do presente (AP). O crânio foi nomeado de Irhoud 1 e com o passar dos tempos outras descobertas foram sendo feitas, resultando na extração de mais fósseis e ferramentas utilizadas por aquele grupo. Duas outras datações foram efetuadas e ambas indicaram uma antiguidade maior para as amostras, com um estudo de 1991 resultando em um intervalo de 100.000-200.000 anos AP e outro, efetuado em 2007 indicando ~160.000 anos AP [B_Bruner_2013] [B_Hublin_2017]. Paralelo a essas descobertas, seguia o debate acerca da posição filogenética dos fósseis, uma vez que ao mesmo tempo apresentavam características não apenas de neandertais, mas de humanos modernos [B_Bruner_2013]. Em 2017 dois artigos colaboraram decisivamente para a discussão, ambos publicados no journal Nature, indicando que os fósseis de Jebel Irhoud eram na verdade de Homo sapiens e apresentando uma datação ainda mais recuada, com ~315.000 anos AP (± 34 ka), fazendo desta descoberta a mais antiga envolvendo a espécie [B_Hublin_2017] [B_Richter_2017]. A despeito de toda a projeção e evidências apresentadas, como é praxe no meio científico, alguns especialistas contestaram o pertencimento das amostras de Jebel Irhoud ao grupo dos H. sapiens, dentre os contestadores estava o paleoantropólogo Walter Neves, sugerindo que o estudo indicava que os ossos não pertenceriam nem aos humanos modernos, tampouco aos mais antigo H. heidelbergensis, mas na verdade a uma espécie intermediária entre as duas [B_Teixeira_2019].

Motivação para o Projeto Atual

No ano de 2024 o autor do presente estudo recebeu um exemplar do livro “Admirável Novo Mundo: Uma História da Ocupação Humana nas Américas” [B_Esteves_2023], cujo autor Bernardo Esteves, jornalista e doutor em História das Ciências e Epistemologia (UFMG), discorre de modo didático e acessível acerca do povoamento das Américas pelo H. sapiens. Em um dos capítulos intitulado “A conquista do globo, as descobertas de Jebel Irhoud” os fósseis são apresentados ao leitor e a partir das referências iniciais, o autor acessou e leu uma série de publicações até chegar a um release com press kit, disponibilizado pelos grupos que trabalharam no estudo de 2017 [B_Max_Planck_2017]. Entre os materiais compartilhados pelo instituto Max Planck, encontram-se imagens e vídeo com licença Creative Commons (CC-BY-SA), o que permite a utilização do material para a criação de derivados, desde que este seja compartilhado da mesma forma. A própria história de Jebel Irhoud é um emaranhado de aleatoriedade (pois foi encontrado de modo acidental), evolução da técnica e revisitação (com datações diferentes ao longo do tempo e republicação dos achados). Tal realidade faz parte de outros estudos do autor, dentre eles a aproximação da múmia Tothmea em 2013 e 2019 [B_AMORC_2019] e a do rosto de Santo Antônio de Pádua, em 2014 e 2023 [B_Moraes_2023]. Estes acontecimentos mostram como as técnicas evoluem ao longo dos anos e como revisitar projetos pode ser importante para publicizar e publicar tais técnicas, colocando os assuntos novamente em debate.

Materiais e Métodos

A reconstrução facial forense (RFF) ou aproximação facial forense (AFF) [B_Stephan_2015], é uma técnica auxiliar de reconhecimento que reconstrói/aproxima a face a partir do seu crânio e é utilizada quando há escassa informação para a identificação de uma pessoa [B_Pereira_2017].

O presente trabalho utiliza abordagens disponíveis em [B_Moraes_2022] e [B_Moraes_2023b], iniciado com a reconstrução do crânio na cena 3D, seguindo com a técnica de “deformação” anatômica [B_Quatrehomme_1997] [B_Bezzi_2015], o ajuste de estruturas baseadas em dados estatísticos de humanos modernos e o acabamento com o detalhamento da face, configuração dos cabelos e geração das imagens finais.

O processo de modelagem foi efetuado no software Blender 3D, rodando o add-on OrtogOnBlender (http://www.ciceromoraes.com.br/doc/pt_br/OrtogOnBlender/index.html) e seu submódulo ForensicOnBlender [B_Pinto_2020]. O programa e o add-on são gratuitos, de código aberto e multiplataforma, podendo rodar no Windows (>=10), no MacOS (>=BigSur) e no Linux (=Ubuntu 20.04).

Para o composição do trabalho foi utilizado um computador desktop com as seguintes características:

* Processador Intel Core I9 9900K 3.6 GHZ/16M;
* 64 GB de memória RAM;
* GPU GeForce 8 GB GDDR6 256-bit RTX 2070;
* Placa mãe Gigabyte 1151 Z390;
* SSD SATA III 960 GB 2.5”;
* SSD SATA III 480 GB 2.5”;
* Water Cooler Masterliquid 240V;
* Linux 3DCS (https://github.com/cogitas3d/Linux3DCS), baseado no Ubuntu 20.04.
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Fig. 21 A) Fotogrametria efetuada a partir de vídeo (crédito: Philipp Gunz, MPI EVA Leipzig, Licença: CC-BY-SA 2.0). B) Um dos ajustes de escala baseado em imagens dos achados. C) Ajuste do doador virtual à estrutura do endocrânio (crédito: Philipp Gunz, MPI EVA Leipzig, License: CC-BY-SA 2.0). D) Segmentação do endocrânio a partir da deformação anatômica do doador virtual. Referências disponíveis em [B_Max_Planck_2017].

Inicialmente foi necessária a digitalização 3D do crânio, viabilizada pela ferramenta de fotogrametria do OrtogOnBlender (OOB). O vídeo disponível no release oferecido pelo Max Planck Institute [B_Max_Planck_2017] foi baixado e convertido em uma sequência de imagens. Para aumentar as chances de sucesso do cálculo as imagens foram ampliadas em 300% e enviadas para a conversão em um objeto 3D [B_Moraes_2021]. A malha resultante compatibilizou-se com as vistas frontal e lateral (Fig. 21, A). Ainda que o OOB ofereça a opção de digitalização na escala real, com o uso de marcadores ArUco [B_Moraes_2022b], tal recurso não estava presente na sequência de imagens e foi necessário o uso de outras medidas disponíveis, como uma referência de escala presente no release supracitado (Fig. 21, B). A tomografia de um doador virtual, cuja malha foi reconstruída em 3D utilizando as ferramentas do próprio OOB para este fim [B_Moraes_2021b] e recebeu uma série de ajustes até que adequasse ao formato do crânio de Jebel Irhoud. Tomou-se cuidado para, além da estrutura externa, também respeitar a interna (Fig. 21, C), com isso foi possível segmentar o endocrânio e complementar a região faltante com processo coronoide, incisura da mandíbula e processo condilar (Fig. 21, D). Uma videaula sobre a técnica de deformação anatômica está disponível de modo online a eventuais interessados (ForensicOnBlender - Virtual donor). O objetivo da técnica é ajustar a estrutura de modo que o crânio do doador se compatibilize estruturalmente ao crânio cuja face será aproximada, ao fazer isso a deformação/adaptação é refletida no tecido mole, que gera uma face coerente com a que seria em vida.

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Fig. 22 Processo de aproximação facial forense (AFF).

Para complementar/atestar os dados resultantes da deformação anatômica, o gabarito da projeção nasal foi posicionado e coincidiu com a estrutura esperada (Fig. 22, A). Tal gabarito é produto de medições efetuadas no tecido mole e no osso de um grupo de tomografias computadorizadas de indivíduos vivos e de ancestralidades diferentes [B_Moraes_2022c]. Uma videoaula da técnica está disponível de modo online (Sistema Complementar de Projeção Nasal em Reconstruções/Aproximações Faciais Forenses). O mesmo estudo relacionado ao perfil do nariz também é utilizado na projeção frontal do rosto, seja para a avaliação do tecido mole quanto do crânio (Fig. 22, B). Ao se analisar o crânio, percebe-se que há uma assimetria significativa na parte direita do mesmo, que é corroborada por [B_Holloway_2004] e cujos detalhes serão abordados posteriormente. O ponto a ser observado é que, segundo a projeção das estruturas médias e proporcionais de uma população moderna, o crânio de Jebel Irhoud apresenta uma dimensão significativamente maior do que o esperado no eixo X (horizontal), reletindo em uma projeção exacerbada do limite inferior do mento no eixo Z (vertical), curiosamente o mento se encontra entre a média (Fig. 22, C, ver o traço verde logo acima do mento) e a projeção proporcional (Fig. 22, C, ver o pequeno traço em azul, abaixo do mento). Os gônios também são menores do que o esperado, pois nas populações modernas eles geralmente coincidem com os pontos fmo-fmo (orbital frontomalar). No caso do crânio trabalhado neste capítulo, a distância entre os pontos fmo-fmo foi de ~118 mm e a média da população moderna é de 96.6 mm (± 4.5), resultando em quase 4.75 desvios padrão acima do esperado, já a distância entre os gônios foi de ~106 mm, frente a média de 96.9 (± 6), apenas 1.52 desvio padrão acima do esperado. Para uma melhor compreensão da metodologia de projeção de estruturas faciais, foram disponibilizadas duas videoaulas aos interessados (aula 1, aula 2). Para a geração da face base foi utilizada uma correção na região média da face (Fig. 22, D), utilizando dados de tabela de espessura de tecido mole de indivíduos modernos com baixo IMC [B_Taylor_2000]. Posteriormente mais detalhes foram esculpidos digitalmente para evidenciar marcas de expressão e os pelos e cabelos foram configurados (Fig. 22, E). Uma demonstração contendo a técnica de configuração de partículas (cabelos e pelos) pode ser acessada de modo online (D. Pedro I - Processo da reconstrução facial forense). A parte final do processo consiste na configuração da pigmentação da pele e da iluminação da cena, objetivando a geração das imagens da face (Fig. 22, F). Um exemplo de vídeo contendo parte do processo de pigmentação da pele pode ser acessado de modo online (Celakovice’s “vampire” - Caters News).

Resultados e Discussão

Mensurações e Comparações

Há de ser tomar os resultados do estudo com certa cautela, pois, ainda que bem documentado e pleno de referências, trata-se de um crânio composto por vários indivíduos, não representando apenas, por exemplo o fóssil Irhoud 1, mas a junção de outras estruturas, de modo a viabilizar a composição quase completa da peça. Graças, por exemplo, a um novo projeto de escavações efetuado a partir de 2004, o número de indivíduos que era 6, pulou para 22 [B_Max_Planck_2017]. O crânio parece ser o Irhoud 1, a mandíbula o Irhoud 11, os dentes da região superior podem ter advindo do Irhoud 22, mas não foi encontrado um material detalhado acerca da abordagem utilizada, apenas percebe-se que os dentes da mandíbula estão assimétricos e o incisivo não está encaixado no alvéolo do dente 21 (incisivo superior esquerdo). Uma tabela com os 22 indivíduos encontrados está disponível no material suplementar de [B_Hublin_2017].

Tabela 3 Volume do Endocrânio de Jebel Irhoud 1

Autor

Volume

Ennouchi (1962)

1480 ml

Anthony (1966)

1480 ml

Holloway (1981)

1305 ml

Neubauer et al. (2018)

1375 ml

Moraes (2024)

1364 ml

Uma série de levantamentos envolvendo o endocrânio de Irhoud 1 foram efetuados ao longo das últimas décadas (Tabela 3), apresentando uma variação de 1305 ml a 1480 ml [B_Holloway_2004] [B_Neubauer_2018]. Além da margem de erro, outro fator que pode explicar tal diferença reside na ausência na parte inferior do crânio, pois ao complementar a região, o especialista pode tomar alguma decisões que alterem o volume em relação ao estudo de outrem. O presente trabalho se aproximou mais do levantamento de [B_Neubauer_2018], que inclusive, apontou através de uma amostra de indivíduos modernos que a média esperada para um endocast atual seria de 1328 ml (± 164), colocando o fóssil Irhoud 1 bem próximo dela, confortavelmente dentro do desvio padrão. Ao se converter o volume do endocrânio em volume cerebral (-9,81%) [C_Moraes_2023c], chega-se ao valor de 1230 cm³, quase perfeitamente compatível com a média dos homens adultos modernos, que é de 1234 cm³ (± 98) [B_Ritchie_2018]. Já a circuferência da cabeça apartir da face reconstruída resultou em 60 cm, com 1.58 desvio padrão acima da média masculina adulta, que é de 56.4 cm (± 2.4) [B_Costa_2022].

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Fig. 23 Distribuição bidimensional, sendo o eixo X o volume do endocrânio e o eixo Y a circunferência da cabeça.

Um gráfico bidimensional com uma amostra composta por aproximações faciais disponíveis no arquivo do autor foi plotado, onde o eixo X apresenta o volume do endocrânio e o eixo Y a circunferência da cabeça. As mediçõs indicam que Jebel Irhoud está mais próximo ao grupo dos outros indivíduos do gênero Homo (neadenthalensis, rhodesiensis e longi) e fora do intervalo de confiança de 95% dos H. sapiens. Tal posicionamento deve-se mais ao formato da cabeça, o mesmo que aconteceu com Mladeč 1 e, em menor grau com Skhūl V, estando ambos dentro do intervalo.

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Fig. 24 Comparação dos perfis - externo. Todos os modelos estão na mesma escala.

Buscou-se uma visualização comparativa entre indivíduos de espécies e eras diferentes, sendo eles, da direita para a esquerda e de cima para baixo (Fig. 24): Neanderthal de La Chapelle-aux-Saints 1 (56.000-47.000 AP) [C_Moraes_2023d], Jebel Irhoud (315.000 AP), Skhūl V (80.000-120.000 AP) [B_Moraes_2023b], Mladeč 1 (31.000 AP) [B_Moraes_2022], Phineas Gage (Séc. XIX) [C_Moraes_2023e] e o doador virtual (Séc. XXI). Em um aprimeira observação, percebe-se claramente que, há uma grande compatibilidade entre Jebel Irhoud e Skhūl V, pois ambos têm um perfil muito semelhante. Depois daquele, o mais compatível seria o neandertal de Chapelle, que a exemplo dos demais, também tem o rosto mais expandido no eixo Y (profundidade). Curiosamente, a face de Mladeč 1 tem um crânio parecido com os demais, mas difere no restante da face, principalmente na parte facial, que é menos projetada. Observando todas as faces, percebe-se que o queixo ausente em Chapelle, apresenta um incremento que vai crescendo quando se olha no sentido proposto anteriormente, ou seja, ausente no primeiro, praticamente ausente em Jebel Irhoud, levemente visível em Skhūl V, e claramente visível a partir de Mladeč 1. Quase o mesmo “comportamento” se observa na região da testa, que vai “crescendo” e rotacionando conforme se observa as faces, além do torus supraorbital, bastante marcado nos indivíduos da parte superior e pouco perceptível nos da parte inferior.

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Fig. 25 Comparação dos perfis - interno. Jebel Irhoud em amarelo e demais faces na cor laranja. Todos os modelos estão na mesma escala.

Além da comparação externa, também procedeu-se com a interna entre Jebel Irhoud e demais perfis (Fig. 25). Em linhas gerais há uma grande compatibilidade com Chapelle, ainda que o neanderthal aparente mais robustez (A). Há uma compatibilidade significativamente grande com Skhūl V, diferindo apenas no torus orbital e no queixo (B e F). Em relação a Mladeč 1, há incompatibilidade facial, mas compatibilidade na região anterior do crânio. Em relação a P. Gage e ao doador virtual, as incompatibilidades se acentuam em todos os pontos (E e F).

Aproximação Facial Forense

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Fig. 26 Composição com as diferentes renderizações da face.

Em relação as imagens finais do rosto, foram gerados dois grupos renderizações: 1) Um com os elementos mais objetivos, sem pelos e cabelos e em escala de cinza (Fig. 27, Fig. 28, Fig. 29, Fig. 30); 2) Um artístico, com as imagens coloridas, com pigmentação da pele, pelos e cabelos (Fig. 31, Fig. 32, Fig. 33, Fig. 34 ). Ainda que contem com elementos subjetivos, não refletindo necessariamente as características do indivíduo em vida, o grupo de imagens artísticas é mais compatível com o grande público, que costuma se interessar mais e compreender melhor esse tipo de imagem.

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Fig. 27 Face objetiva - 3/4 esquerda.

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Fig. 28 Face objetiva - frontal.

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Fig. 29 Face objetiva - 3/4 direita.

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Fig. 30 Face objetiva - perfil.

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Fig. 31 Face artística - 3/4 esquerda.

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Fig. 32 Face artística - frontal.

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Fig. 33 Face artística - 3/4 direita.

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Fig. 34 Face artística - perfil.

Conclusão

O presente trabalho detalhou uma série de abordagens que permitiram realizar uma aproximação facial do crânio composto de Jebel Irhoud, utilizando apenas dados disponíveis de modo online e software opensource, gratuito e multiplataforma.

Agradecimentos

Ao Dr. Bernardo Esteves pela sensibilidade ao escrever um importante livro acerca do povoamento das Américas, obra que inspirou a confecção do presente capítulo. Ao Max Planck Institute pelas mídias e publicações utilizadas como base para a composição deste material. Ao Dr. Richard Gravalos, por ceder a tomografia computadorizada utilizada neste estudo.

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