Mensuração de Dados Faciais Ortográficos em Moldavos e Comparação com Outras Populações

Cicero Moraes
3D Designer, Arc-Team Brazil, Sinop-MT

Ilie Suharschi
Professor Associado, Departamento de Cirurgia oral e Maxilofacial e Implantologia Oral Arsenie Gutan, “Nicolae Testemitanu” Universidade Estatal de Medicina e Farmácia da República da Moldávia, Chisinau-Moldávia

Data da publicação: 17 de junho de 2022
ISSN: 2764-9466 (Vol. 3, nº 1, 2022)
ISBN: 978-65-00-47050-5

O presente capítulo tem por objetivo apresentar os resultados de um estudo efetuado com 35 exames de tomografia computadorizada (CT-Scan) anônimas de moldavos e comparar os números com estudos semelhantes efetuados em brasileiros [A23] [A19] e malaios [A13]. O trabalho procurou investigar estruturas cranianas em projeção média ortográfica (2D) a fim de que funcionassem como preditores para a dimensão de importantes regiões frontais da face como a posição das pupilas, linha central dos lábios (ch-ch), asas nasais e a projeção lateral do nariz, a partir de modelos tridimensionais do crânio.

Atenção

Este material utiliza a seguinte licença Creative Commons: Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0).

Introdução

Atenção

O presente texto utiliza como template o capítulo Mensuração de Dados Faciais Ortográficos em Malaios e Comparação com Brasileiros [A13], incrementado com as novas tomografias supracitadas. Tal abordagem facilita a concentração de referências, ao passo que funciona como um documento técnico a ser traduzido para outros idiomas.

A reconstrução facial forense (RFF) é uma técnica auxiliar de reconhecimento que utiliza um crânio como base para a aproximação de uma face. Desenvolvida desde o final do século XIX ainda hoje é fonte de amplo debate e controvérsia [A31], seja pela dificuldade em se definir o que é arte e o que é ciência em tal abordagem, ou a precisão das regiões anatômicas reais em relação às reconstruídas.

Para resolver parte destes problemas, um dos autores iniciou estudos de projeção complementar de perfis de narizes a partir de tomografias de brasileiros, melhorando a assertividade das técnicas em relação aos métodos de Gerasimov e Prokopec e Ubelaker (Stephan et al. 2003) [A33], reduzindo significativamente parte dos erros conhecidos de ambos (Moraes et al. 2021) [A23]. Em seguida também foi publicado outro material, também utilizando tomografias de brasileiros, focando no posicionamento dos globos oculares nos três eixos (X, Y, Z), o tamanho e posicionamento frontal do nariz, o traçado frontal da boca (chellion-chellion) e outras abordagens (Moraes et al. 2022) [A19].

Além das mensurações apresentadas no capítulo de Moraes et al. 2022 [A19] os autores mediram também a altura (eixo Z) das orelhas e a abertura (eixo X) dos olhos dos indivíduos moldavos, malaios e também dos brasileiros, resultando em um dados separados e reunidos (Merged).

Materiais e Métodos

Mensuração das Estruturas Anatômicas

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Gráfico apresentando todas as medidas e projeções efetuadas no estudo. Tabela com dados pormenorizados: https://bit.ly/3NRw2KW

Ao todo foram levantadas 20 medidas, um ângulo e várias porcentagens de uma medida em relação à outra (Fig. 1). No caso dos elementos simétricos, os dois lados foram mensurados. O objetivo foi comparar os dados de um grupo de brasileiros e malaios versus outro de moldavos e juntar os três em um estudo com o maior n possível, de modo a analisar se a diferença justifica a utilização de tabelas próprias para ambos.

Projeção Nasal Lateral (Eixo Y)

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Medidas nasais, segundo Moraes et al. 2021 [A23]

As primeiras medidas efetuadas seguiram o padrão do estudo publicado por Moraes et al. 2021 [A23] com n=26 (Fig. 2). Para a Aperture a média foi de 31,2 mm com desvio padrão de 3.2. No estudo com malaios (n=34) a média foi de 28.5, com desvio padrão de 2.6. No estudo com brasileiros (n=50) a média foi de 30.7, com desvio padrão de 3.7, ao se fundir os três estudos, resultando em um n=110 os valores não sofreram grande alteração, sendo a média 30.1 mm e o desvio padrão 3.4.

Para a Base efetuada na amostra dos moldavos (n=26) a média foi de 36,9 mm, com desvio padrão de 2,92. Nos malios (n=34) a média havia sido de 30 mm, com desvio padrão de 3.1. Nos brasileiros (n=50) a média havia sido de 34.5 mm, com desvio padrão de 3.1. Cabe aqui uma observação, nos brasileiros a Base é em média 12.40% maior do que a aperture, nos caso dos malaios a diferença cai para 5.26%, já nos moldavos a diferença é maior do que os dois anteriores, fechando em 15,67%. Ao se juntar os três estudos (n=110) a média da Base foi de 33.5, com desvio padrão de 3.9, no caso da projeção adicional da Base do nariz a média foi de 11,30%.

Atenção

Em face da diferença apresentada nos estudos e dada a importância visual da região, os autores recomendam a projeção nasal respeitando a porcentagem adicional de cada grupo populacional.

O Angle Aperture-Base médio nos moldavos (n=26) foi de 51.25º com desvio padrão de 4.69. Nos malaios (n=34) a média foi de 54.4º com desvio padrão de 5.4. Nos brasileiros (n=50) a média foi de 53.2º com desvio padrão de 5.4 e na junção dos três estudos (n=110) a média foi de 53.1º com desvio padrão de 5.3.

Já a distância entre a linha projetada a partir da espinha nasal anterior (método Gerasimov) e a columella nos moldavos (n=26) teve a média de 7.64 mm, com desvio padrão de 1.85. Nos malaios (n=34) a média foi de 6.1 com desvio padrão de 1.7. Nos brasileiros (n=50) a média foi de 4.8 com desvio padrão de 1.6 e a junção dos estudos (n=110) gerou uma média de 5.9 mm, com desvio padrão de 2.1.

Medidas Importantes da Face

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Medidas efetuadas na face

As demais medições apresentadas a partir daqui seguem o trabalho de Moraes et al. 2022 [A19] e algumas novas foram mensuradas de modo a enriquecer os dados acerca das estruturas faciais (Fig. 3). Tal trabalho deixou clara a importância de espaços chave, que podem ser utilizados como base para a projeção de outros, como por exemplo a distância entre os pontos orbitais frontomalares (fmo-fmo), úteis em variadas projeções, dentre elas o posicionamento dos globos oculares, a dimensão frontal do nariz (eixo X) e os lábios. Os pontos seguiram a descrição proposta por Caple e Stephan 2016 [A3].

A distância média fmo-fmo na amostra moldava (n=35) foi de 97.89, com desvio padrão de 4.69, o que pouco diferiu dos malaios (n=34), cujo a distância foi de 96.8 mm, com desvio padrão de 4.1 e dos brasileiros (n=50), com média de 95.1 mm e desvio padrão de 4.4. Ao se juntar os três estudos (n=102) a média resultante foi de 96.6, com desvio padrão de 4.5.

Duas outras distâncias se mostraram úteis para a projeção dos lábios e da parte frontal do nariz, ainda com mais precisão em relação aquelas que utilizam os pontos fmo-fmo, trata-se da metade das distâncias somadas dos forames infraorbitais e mentuais. Sendo assim, a média da distância entre os forames infraorbitais nos moldavos (n=26) foi de 51.7, com desvio padrão de 4.4. Nos malaios (n=30) foi de 51,03 mm, com desvio padrão de 3.8. Nos brasileiros (n=33) a média foi de 49.5, com desvio padrão de 4.9 e a junção dos estudos (n=89) resultou em uma média de 51.6, com desvio padrão de 4.6. Em relação à distância entre os forames mentuais, a média entre os moldavos (n=35), foi de 46,6 mm e o desvio padrão de 2.7. Entre os malaios,(n=10), a média foi de 47.9 mm, com desvio padrão de 2.7. A amostra dos brasileiros (n=33) teve a média de 45.3, com desvio padrão de 3.1. Ao se juntar todos os casos (n=78) a média foi de 45.8, com desvio padrão de 2.9.

Posicionamento Tridimensional do Globo Ocular

Pela complexidade estrutural da região, o posicionamento do globo ocular dentro da órbita foi dividido em 3 etapas, correspondendo aos eixos X, Z e Y. A ordem respeita os passos para o posicionamento da estrutura no espaço tridimensional.

Inicialmente foram levantadas as distâncias entre os centros dos globos oculares (pu-pu). Nos moldavos (n=35) a média foi de 64.1 mm, com desvio padrão de 3.9. Nos malaios (n=34) a média foi de 64.4 mm, com desvio padrão de 3.4. Nos brasileiros (n=33) a média foi de 62.6 mm, com desvio padrão de 3.6 e ao se juntar os estudos (n=102) a média resultante foi de 63.7 mm, com desvio padrão de 3.7.

A distância entre o ponto fmo e centro da órbita (orb side-center) nos moldavos (n=35), foi de 16,9 mm, com desvio padrão de 1.2. Nos malaios (n=34) foi de 16.2, com desvio padrão de 1. Nos brasileiros (n=33) a média foi de 16.4 com desvio padrão de 1.1 e a junção dos estudos (n=102) resultou uma média de 16.5 com desvio padrão de 1.1.

O estudo comparou as distâncias pu-pu vs fmo-fmo (% pu vs fmo), o resultado médio entre os moldavos (n=35) foi de 65,5%, com desvio padrão de 2. Nos malaios (n=34) foi de 66,6% com desvio padrão de 1.9. Entre os brasileiros (n=33) a média foi de 65.8% com desvio padrão de 1.5 e ao se juntar os estudos (n=102) a média resultante foi de 65.9% com desvio padrão de 1.8.

Relacionado ao posicionamento no eixo Z (orb Z), foi traçada uma linha a partir da intersecção do limite lateral, ou seja, a linha representando o espaço anteriormente abordado e medido o espaço de cima para baixo, até o centro do globo ocular. Nos moldavos (n=35), a média foi de 15,2 mm, com desvio padrão de 1.5. Nos malaios (n=34), a média foi de 15.4 mm, com desvio padrão de 1.3. Nos brasileiros (n=33) a média foi de 15.5 mm, com desvio padrão de 1.5 e ao se juntar os estudos (n=107) a média foi de 15.4 mm, com desvio padrão de 1.5.

Para o posicionamento no eixo Y (orb Y), foi mensurada uma média entre uma linha reta que tangenciava a aresta da região infraorbitária e a pupila (pu). A média da distância entre os moldavos (n=35) foi de 5.4 mm, com desvio padrão de 1.9. Nos malaios (n=34) a média foi de 6.3 mm, com desvio padrão de 3. Nos brasileiros (n=33) a média foi de 5.6 mm, com desvio padrão de 2.5 e ao se juntar os estudos (n=102) a média foi de 5.8, com desvio padrão de 2.5.

Outra medida foi levantada, de modo a melhorar o posicionamento do globo ocular no eixo Y, mensurando o espaço entre o canino e a pupila ((13-23)-pu). No caso dos moldavos (n=35), a média foi de -0.01 mm (levemente para trás dos caninos), com desvio padrão de 3.7. Nos malaios (n=18), a média foi de 1.9 mm à frente dos caninos, com desvio padrão de 4.3. Entre os brasileiros (n=33) a média foi de 1.3 mm à frente dos caninos, com desvio padrão de 3 e ao se juntar os dois estudos (n=86), a média foi de 0.9 mm à frente dos caninos, com desvio padrão de 3.7.

Medida e Projeção da Boca (ch-ch)

A distância entre os chellions (ch-ch) figura entre uma das mais importantes para a projeção frontal da face. Ainda que este material não explore as alturas dos lábios superior e inferior, os dados a seguir apresentados são de grande valia para uma aproximação mais coerente com a estrutura real do rosto.

Na amostra moldava (n=34), a média da distância ch-ch foi de 49,4 mm, com desvio padrão de 3.5. Nos malaios (n=19), a média da distância foi de 49.3 mm, com desvio padrão de 3.5. No caso dos brasileiros (n=33) a média doi de 47.7, com desvio padrão de 5 e ao se juntar os estudos (n=89) obteve-se uma média de 48.7, com desvio padrão de 4.2.

Ao se calcular a metade da soma dos forames infraorbitais e mentuais (Forames AV) versus a distância médias dos lábios chega-se a resultados muito próximos uns dos outros. No caso dos moldavos, o resultado confrontado do ch-ch (n=35) foi de 49.4 mm vs 48.8 mm do Forames AV (n=26). Nos malaios o resultado foi de ch-ch (n=19) de 49.3 mm versus 51 mm do Forames AV (n=9). Em relação aos brasileiros temos o ch-ch (n=33) de 47.7 mm versus 47.4 mm do Forames AV (n=33). Ao se juntar os estudos observa-se o ch-ch (n=89) de 48.7 mm versus 48.4 mm do Forames AV (n=68). Neste caso, um n maior resultou em uma compatibilidade maior.

Uma outra forma de se projetar a linha horizontal da boca é através da porcentagem do ch-ch em relação ao fmo-fmo (% ch vs fmo). Nos moldavos (n=34), o espaço ch-ch representa 50.5% do espaço fmo-fmo, com desvio padrão de 3.2. Nos malaios (n=19) o espaço ch-ch representa 50,7% do espaço fmo-fmo, com desvio padrão de 3.3. Entre os brasileiros (n=33), o espaço representa 50.2%, com desvio padrão de 4 e ao se juntar os estudos (n=86), o espaço representa 50.4, com desvio padrão de 3.5.

Medidas e Posicionamento Frontal do Nariz

O nariz, a exemplo dos olhos, também é uma estrutura complexa, que demanda vários passos em eixos diferentes para um posicionamento coerente com as estatísticas anatômicas. A projeção do perfil do nariz foi anteriormente abordada, neste tópico serão apresentadas medidas relacionadas ao posicionamento frontal.

A distância entre os alares (al-al) nos moldavos (n=35), foi de 36.1 mm, com desvio padrão de 4.2. Nos malaios (n=33) a média foi de 41.9 mm, com desvio padrão de 3.9. Nos brasileiros (n=33) a média foi de 36.6, com desvio padrão de 4.6 e ao se juntar os estudos (n=102) a média foi de 38.2 mm, com desvio padrão de 5.

Uma medida importante para a projeção do nariz é a distância entre os caninos (Teeth 13-23), nos moldavos (35), a média foi de 34.4 mm, com desvio padrão de 2.5. Nos malaios (n=19) apresentou uma média de 34.4 mm, com desvio padrão de 2.2. Nos brasileiros (n=33) a média foi de 34.8 mm, com desvio padrão de 2.7 e ao se juntar os estudos (n=87), a média resultante foi de 34.5 mm, com desvio padrão de 2.5.

Com as duas séries disponíveis, a etapa seguinte consistiu em levantar a porcentagem que representa a distância al-al em relação a soma das distâncias entre os forames infraorbitais com a distância entre os caninos (% al vs InfrCan). Nos moldavos (n=26), a média foi de 42.3%, com desvio padrão de 3.8. Nos malaios (n=17) a média foi de 48%, com desvio padrão de 4.3. Entre os brasileiros (n=33) a média foi de 43.4%, com desvio padrão de 4.2 e ao se juntar os estudos (n=76), a média foi de 44%, com desvio padrão de 4.6.

Outra abordagem baseada na projeção a partir de estruturas diferentes, utiliza a comparação da distância al-al versus a fmo-fmo, muito útil em casos onde faltam os forames ou os caninos. Nos moldavos (n=35), a média foi de 36.9%, com desvio padrão de 3.4. Nos malaios (n=34), a média foi de 43.3%, com desvio padrão de 3.8. No caso dos brasileiros (n=33), a média foi de 38.4% com desvio padrão de 4.1 e ao se juntar os estudos (n=102), a média resultante foi de 39.5%, com desvio padrão de 4.7.

Atenção

Em face da diferença apresentada nos estudos e dada a importância visual da região, os autores recomendam a projeção nasal frontal respeitando a porcentagem de cada grupo populacional.

Os dados acima posicionam as asas no eixo X, depois da projeção lateral que auxilia o dimensionamento no eixo Y, falta o eixo Z. Para tal mensurou-se a distância do ponto nasoespinale até a base das asas nasais (ns-ac). Nos moldavos (n=35), a média foi de 4.5 mm, com desvio padrão de 2. Nos malaios (n=34) a média foi de 5 mm, com desvio padrão de 2.3. Nos brasileiros (n=33), a média foi de 4.5 mm, com desvio padrão de 2.1 e ao se juntar os estudos (n=102) a média foi de 4.7 mm, com desvio padrão de 2.1.

Medida da Abertura das Pálpebras (Eye)

Nos moldavos (n=35), a média foi de 28.7 mm, com desvio padrão de 1.7. Nos malaios (n=34), a média foi de 29 mm, com desvio padrão de 1.7. O levantamento nos brasileiros (n=33) resultou em uma média de 28.3 mm, com desvio padrão de 1.7 e a junção dos estudos (n=102) por sua vez, resultou em uma média de 28.7 mm, com desvio padrão de 1.7.

Ao se comparar a distância da abertura das pálpebras (Eye AV) com a distância fmo-fmo, no caso dos moldavos (n=35), resultou em uma média de 29.3%, com desvio padrão de 1.4. Nos malaios (n=34) a média foi de 30%, com desvio padrão de 1.6, nos brasileiros (n=33) a média foi de 29.8%, com desvio padrão de 1.8 e ao se juntar os estudos (n=102), a média resultante foi de 29.7%, com desvio padrão de 1.6.

Medida das Orelhas

Reconstruir as orelhas pode ser um grande desafio, uma vez que o crânio apresenta apenas o meato acústico externo na região anatômica. Além disso, a orelha costuma ser um elemento secundário na aproximação facial, uma vez que o interesse dos observadores costuma se concentrar na porção frontal da face.

A distância média da altura das orelhas nos moldavos (n=25), foi de 58.5 mm, com desvio padrão de 5.9. Nos malaios (n=29) foi de 58.3 mm, com desvio padrão de 5.1. Nos brasileiros (n=29), a média foi de 57.7, com desvio padrão de 4.6 e ao se juntar os dados (n=74), a média resultante foi de 58.4 mm, com desvio padrão de 5.3.

Já a comparação entre a altura da orelha versus a distância fmo-fmo, resultou nos moldavos (n=25) em uma média de 59.5%, com desvio padrão de 5.8. Nos malaios (n=29) em uma média de 60.7% , com desvio padrão de 5.8, nos brasileiros (n=20) uma média de 61.6%, com desvio padrão de 5.6 e ao se juntar os estudos (n=74) resultou em uma média de 60.5%, com desvio padrão de 5.8.

Outras Medidas

Outras duas medidas foram elencadas devido às suas compatibilidades com outras regiões do crânio, a distância entre as cristas ósseas na cervical dos dentes molares 17 e 27 (emc²-emc²) e a distância entre os pontos mais extremos do gônio frontalmente (go-go).

Nos moldavos (n=31) a distância média entre os pontos emc²-emc² foi de 61.6 mm, com desvio padrão de 5.1. Nos malaios (n=18) a distância média foi de 65.3 mm, com desvio padrão de 3.6, já nos brasileiros (n=33) a distância média dois de 61.4 mm, com desvio padrão de 4.1. Ao se juntar os estudos (n=82) a média foi de 62.3 mm, com desvio padrão de 4.6. A distância em questão se mostrou muito próxima daquela entre os centro dos olhos (pu-pu), sendo 62.3 mm a primeira e 63.7 mm a segunda, quando se isola a média dos estudos reunidos.

Nos moldavos (n=35) a distância entre os pontos go-go, foi de 98.4, com desvio padrão de 6.1. Nos malaios foi de 97.4 mm, com desvio padrão de 3.5, nos brasileiros (n=33) a medida foi de 95.1 mm, com desvio padrão de 6.5. Ao se juntar os estudos (n=86) a média foi de 96.9 mm, com desvio padrão de 6. A distância em questão se mostrou a mesma distância dos pontos fmo-fmo, sendo a primeira com ambas 96.9 mm e a segunda com 96.6 mm, quase a mesma, quando se isola a média dos estudos reunidos.

Como Utilizar as Medidas em uma Aproximação Facial Forense

Os dados apresentados neste capítulo podem ser utilizados como complementação em uma aproximação facial forense.

Para o traçado lateral do nariz em modo texto, acesse o link: http://ortogonline.com/doc/pt_br/OrtogOnLineMag/3/NarizProjecao.html#reconstruindo-a-regiao-do-nariz-no-forensiconblender

Para o traçado lateral do nariz em videoaula, acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=F205kLQ–Oo

Para os traçados majoritariamente frontais, acesse o link: http://ortogonline.com/doc/pt_br/OrtogOnLineMag/4/Projecoes.html#proposta-de-protocolo-para-tracados-frontais-da-face

Conclusão

Embora haja uma pequena diferença na média de algumas medidasa se notar na projeção lateral e frontal do nariz, tais números se encontram dentro do desvio padrão de ambas as populações. O mesmo pode ser dito em relação a projeções baseadas na porcentagem de distâncias. Ao se juntar os estudos o número de exames aumentou significativamente, dando mais robustez aos dados, indicando a possibilidade de uma projeção “universal” para a aproximação facial forense baseada em tal abordagem. É evidente também que mais mensurações precisam ser efetuadas em populações diferentes, de modo a aumentar ainda mais a robustez, ou indicar adaptações para populações específicas.

Agradecimentos

Ao Dr. Davi Sandes Sobral por ceder a tomografia utilizada na imagem didática.